Conjunto edificado situado no vetusto lugar de Louredo

Descrição
Conjunto edificado situado no vetusto lugar de Louredo, já referido em 1112, e, em 1308, denominado Freguesya de Santiago de Riba de Sousa de Louredo, servindo-lhe de igreja paroquial a atual Capela de S. Bartolomeu, estatuto que manteve até cerca de 1569, data em terá sido extinta e integrada na paróquia de Penafiel. Tradicionalmente, era junto a este templo que se realizava a feira anual de São Bartolomeu, no dia 24 de Agosto, transferida em 1758 para junto da capela homónima construída em Cimo de Vila, no centro da então vila de Arrifana de Sousa, lugar considerado mais cómodo.

Atualmente, a capela integra a propriedade da Casa de Louredo construída no final do século XIX, por iniciativa de Simão Júlio Ferreira de Almeida da Mota Barbosa, sobre uma habitação anterior setecentista. Aqui nasceu o filho de Simão Júlio, o poeta José Júlio de Almeida da Mota Barbosa, no dia 1 de Setembro de 1883, que faleceu em Entre-os-Rios, a 1 de Outubro de 1942, sem descendentes, tendo deixado à Biblioteca Municipal de Penafiel todos os seus livros, coleções de desenhos e os trabalhos literários.

A casa foi vendida por José Júlio a Belmiro Mendes de Vasconcelos, industrial emigrante no Rio de Janeiro, e chegou aos nossos dias com uma tipologia urbana que lembra as casas dos torna viagem ou de brasileiro, rematada por um telhado em mansarda revestida a lousa, com trapeiras e altas chaminés, aspetos que lhe conferem verticalidade e imponência. A fachada é pontuada por gradeamentos em ferro fundido de desenho fitomórfico nos peitoris, varandas e escadaria e todo o conjunto edificado envolvido por um espaço verde de estilo romântico.

Localização
Freguesia: Penafiel
Lugar: Louredo

Época
Medieval/Moderna/Contemporânea

Bibliografia Relacionada
BEÇA, Coriolano de Freitas (1896) – Penafiel, Hontem e Hoje. Penafiel: Typ. de «O Penafidelense».
BERNARDO, Helena (2012) – Do lugar de Arrifana de Sousa à cidade de Penafiel. Urbanismo e arquitetura (séculos XVI-XVIII). Dissertação de Mestrado. Porto: FLUP, edição policopiada.
MIRANDA, Abílio (1946/1950) – José Júlio. Elementos para a bibliografia do poeta e para a sua obra, vol. (1946) vol. II (1950). Penafiel: Tip. e Pap. de “O Penafidelense”.
SANTOS, Maria José Ferreira dos (2005) – “A Terra de Penafiel na Idade Média. Estratégias de ocupação do território (875-1308)”, Cadernos do Museu, n.º 10. Penafiel: Câmara Municipal, p. 3-100.
SOEIRO, Teresa (1993) – O Progresso também chegou a Penafiel. Resistência e mudança na cultura material. Dissertação de Doutoramento. Porto: FLUP. Edição policopiada.
MMPNF (Museu Municipal de Penafiel) – Proposta de Classificação